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NOSSA SEGURANÇA É A NOSSA PRIORIDADE… 

Não raro, sentimos não pertencer ao grupo no qual estamos inseridos. Isso porque há regras que devem ser seguidas, independente de nosso aceite. Simplesmente devemos obedecer, pois é o certo a se fazer. Quebrar tais diretrizes poderia romper o tênue equilíbrio que mantém a ligação entre os vários membros do grupo em questão. Porque, geralmente, há muito pouco em comum entre eles…

Essa premissa nos é ensinada mesmo antes de darmos nosso primeiro passo… para que possamos fazer parte de determinado grupo social, é necessário não quebrar as regras a todos impostas, mesmo que estas não estejam gravadas graficamente… Afinal, o que importa é a tradição…

Algumas normas de conduta remontam a várias gerações anteriores à nossa. São verdades que, no momento em que foram criadas, faziam todo sentido. Mas com o correr do tempo, e com a dinâmica do mundo, foram perdendo seu foco, até que um dia deixaram de ser uma referência válida. E isso abrange desde atitudes até costumes…

Temos várias travas limitando nossas ações. Há várias agremiações à nossa volta, cada uma responsável pela fiscalização de determinado modo de agir.  Pode parecer estranho falar assim a princípio, mas na verdade a cada passo que damos alguém está aferindo nossa conduta, nos cobrando quando deixamos alguma norma passar…

Na teoria somos livres para determinar nossas ações. Mas em realidade isso não existe. A todo instante somos avaliadas, e se tal análise nos for desfavorável, seremos cobradas a seguir aquilo que, pelo senso comum, é considerado correto, sem direito a qualquer desvio de conduta…

O mais trágico nesse estado de coisas é que, na maioria das vezes, aquilo em que somos diferentes em nada irá alterar a rotina alheia. São pequenas nuances que, na maioria dos casos, passam totalmente despercebidos… porque em verdade, não tem peso algum para os outros…

Nosso mal maior é, sem dúvida, o preconceito. Como o próprio nome já diz, é uma ideia concebida mesmo antes de você se inteirar sobre determinado assunto, determinada atitude. Você simplesmente acata como verdade aquilo que, em sua opinião é o correto e qualquer coisa que fuja de seus parâmetros é considerado errado, perigoso…

Interessante notarmos que tal situação é uma via de mão dupla… tanto o algoz quanto a vítima temem um ao outro. E por esse motivo os papéis de presa e predador muitas vezes se confundem… é quando o ditado “um dia é da caça, outro do caçador… há dias em que o caçador simplesmente se torna a presa não esperada…” se torna realidade…

A violência que impera entre grupos e sociedades deve-se, principalmente, ao medo que determinados personagens inspiram em outros… e aquele que se sente amedrontado, não importa qual seja o motivo, tende a desejar esmagar a causa de seu medo… normalmente, quem tem medo de insetos, costuma esmagá-los, para que sua paranoia deixe de atormentá-lo…

Não estou comparando um ser humano com um inseto… simplesmente estou dizendo que o medo faz com que tomemos atitudes sem nexo… qualquer coisa que fuja de nossa compreensão faz com que nosso lado belicoso aflore… poderia dizer que é instinto de defesa… mas sabemos que não é exatamente isso o que ocorre realmente…

Voltando ao exemplo do inseto, tudo aquilo que aparentemente nos incomoda, tendemos a destruir. Não importa o que seja. Se determinada ação de uma pessoa não está dentro dos parâmetros que consideramos aceitável, nossa primeira reação é eliminar tal elemento. Porque, mesmo que não represente perigo imediato, nossa sensação é que poderá nos causar problemas em nosso futuro…

Essa violência pode vir mascarada por diversos fatores que, ao menos no pensamento do agressor, justificariam sua atitude belicosa. É importante notar que normalmente quem parte para o ataque nunca o faz solitário. Está sempre acompanhado de parceiros que compartilham suas ideias. E, não raro, tentam acuar sua vítima em locais em que esta não possa defender-se…

E quais seriam os gatilhos que acionam a violência latente nesses personagens? Vários… misoginia, credo religioso, preferências sexuais… há uma gama de supostos desvios que justificariam tais atitudes, aos olhos destes e daqueles  que, mesmo não participando da ação em si, contribuem para perpetuar tais situações se omitindo, recusando-se a ajudar as vítimas, alegando que o problema não lhes pertence…

Sim… muitas vezes sentimos não pertencer ao local em que nos encontramos. E, para nossa segurança, devemos seguir nosso instinto. Se pertencemos a algum grupo de risco, o ideal é evitar estarmos desacompanhadas e procurar sempre um ambiente seguro, onde possamos nos proteger em caso de emergência. Não estou dizendo que devemos nos esconder. Todos tem direito ao Sol… ou às Estrelas. Mas devemos ter sempre em mente que nada é mais importante que nossa integridade física…

O ideal é ficarmos sempre junto à Luz… procurar um porto seguro, ao lado daqueles com os quais nos identificamos. E ficar longe de redutos onde sintamos animosidade quanto à nossa pessoa. Se sentirmos que determinado local não é para nós, bem… provavelmente não é, mesmo…

O ideal seria uma sociedade onde apenas o Amor e a Fraternidade imperassem. Não é nesse mundo que vivemos, infelizmente. Tudo o que podemos fazer é dar o nosso melhor, educar as crianças e mostrar-lhes que um mundo de paz é o ideal, pois conflitos, não importa sua natureza, só trazem dor e sofrimento para todos… quiçá um dia possamos viver no Paraíso com o qual sonhamos…

Tania Miranda – Brasil – 11/12/2025

Tania Miranda
Tania Miranda

Trabalho como Agente de Organização Escolar (Secretaria de Educação do Estado de São Paulo) embora no momento esteja prestando serviço junto ao TRE, no Cartório Eleitoral como Auxiliar Requisitada. Gosto de escrever, tenho dois livros publicados, "Tirésias, a dualidade da alma humana"(autobiografia), pela Editora Verso e Prosa e "A volta do Justiceiro", romance explorando o folclore brasileiro, publicado pela UICLAP. Publico crônicas diariamente em alguns grupos, meu perfil e meu blog... (taniamirandablog.blogspot .com)... sou casada, tenho quatro filhos e dois netos, sendo que minha neta mora comigo desde os três meses de idade...

Tania Miranda

Trabalho como Agente de Organização Escolar (Secretaria de Educação do Estado de São Paulo) embora no momento esteja prestando serviço junto ao TRE, no Cartório Eleitoral como Auxiliar Requisitada. Gosto de escrever, tenho dois livros publicados, "Tirésias, a dualidade da alma humana"(autobiografia), pela Editora Verso e Prosa e "A volta do Justiceiro", romance explorando o folclore brasileiro, publicado pela UICLAP. Publico crônicas diariamente em alguns grupos, meu perfil e meu blog... (taniamirandablog.blogspot .com)... sou casada, tenho quatro filhos e dois netos, sendo que minha neta mora comigo desde os três meses de idade...

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