Dia da Consciência Negra

O ano era 2013, meu chefe me incumbiu de uma tarefa. Selecionar um novo estágio para o departamento.
Depois de muitas entrevistas ficaram na disputa, um negro e um branco.
O rapaz branco cursava PUC, morava em Perdizes, tinha experiência no mercado imobiliário e vários cursos que enriqueciam seu currículo.
O garoto negro morava no Capão Redondo, cursava uma faculdade pequena e exalava confiança, um sorriso de gente boa e um brilho nos olhos que me dizia: Estou pronto, só preciso de uma oportunidade.
Ali meu coração foi invadido por um sentimento bom e com a missão de poder fazer diferente e contribuir para uma sociedade melhor.
Os dois estavam preparados, mas o que sempre seria comum, a escolha do rapaz branco, eu fiz do meu jeito, do jeito que meu coração mandou, do jeito que tem que ser, eu escolhi aquele garoto cheio de esperança e eu não poderia decepcionar na decisão.
Hoje depois de 12 anos, eu tenho a certeza todos os dias que fiz a melhor escolha. Não só escolhi o negro, mas escolhi o melhor.
É assim que vamos evoluir… Em silêncio, mas agindo, trabalhando, ofertando…
Poderia ter sido mais do mesmo? Sim, mas não fui, e não me arrependo. Apostei todas as minhas fichas nesse ser humano incrível que tem Jesus e Paixão no nome.
Temos todos os dias a oportunidade de estarmos perto de Deus e construirmos um mundo melhor, apenas precisamos colocar em prática, porque somos semelhantes mesmo.

Edson Japão