MUNDO REAL… OU IMAGINÁRIO?
O mundo é uma caixinha de surpresas. A vida nos surpreende a cada passo que damos. Nossa percepção muitas vezes nos engana, fazendo-nos perceber coisas que de fato nunca estiveram onde as identificamos. Não raro, nossa percepção simplesmente nos faz sentir cheiros, ver imagens que, ao menos oficialmente, nunca existiram. Não é por outro motivo que muitas vezes conseguimos escrever sobre mundos fantásticos, onde as regras da Física tal qual a conhecemos não podem ser aplicadas. E não estou falando de pessoas que costumam tomar algum produto para ficarem alterados… embora, dependendo do nível de alteração, haja mais facilidade para se perder nesse estranho mundo da imaginação…
Se formos falar de produtos que podem alterar a percepção do mundo ao nosso redor, podemos começar com o álcool. Normalmente, quando o nível etílico no sangue está acima do esperado, a pessoa tende a ter visões. Que nunca são prazerosas. É como se ela, arrependida de sua ação, buscasse se castigar, para que pudesse receber redenção de tal ato…
O álcool é a droga mais leve que faz com que seu usuário experimente sensações que não consegue quando está em seu estado natural. Existem outras mais pesadas. Que prendem a pessoa por mais tempo neste Universo Paralelo, cujo Portal foi aberto por sua mente…
Essas sensações podem ser prazerosas ou não. Depende de como a pessoa se encontrava antes de iniciar a “viagem”. Normalmente as primeiras incursões dão prazer ao viajante… é uma forma de atraí-lo ao reduto das almas perdidas… sim, estou falando de uma viagem espiritual… para quem acredita em tal possibilidade, é claro…
Nosso mundo é separado de outras realidades por um véu tênue, que pode ser atravessado esporadicamente por algumas almas, tanto deste quanto do outro lado. Por isso algumas vezes vemos coisas que, teoricamente, não existem. Mas que fazem questão de nos provar quão errados estávamos em nossas convicções…
Quando relatamos alguma experiência transcendental é comum as pessoas ao nosso redor duvidarem daquilo que relatamos. O que é perfeitamente normal, visto que não há nenhuma evidência material do fato por nós narrado. Principalmente se, ao passarmos por tal experiência, nos encontrássemos sob efeito de algum agente indutor… fosse álcool ou alguma outra substância. Mas… e aí está o senão… muitas vezes estamos totalmente limpos quando passamos por isso…
Experiências paranormais são mais comuns do que possa sonhar nossa vã filosofia… mas nem sempre são agradáveis… aliás, na maioria das vezes são realmente desagradáveis… procuramos esquecê-las o mais rápido possível. Mesmo porque, se ousarmos compartilhar nossa experiência com outros, a maioria irá nos olhar com desdém e, no mínimo, nos chamar de loucos…
Essas situações costumam ser estritamente pessoais. Duas pessoas não passam pelo mesmo evento juntas. Cada uma terá uma percepção diferente daquilo que presencia. Muitas vezes, apenas uma consegue “ver”, “sentir” o que ocorre à sua volta. E quando externa sua sensação para a outra, bem… como eu disse, apenas uma está perdida no meio de um evento que não consegue explicar…
Falando assim, fica um tanto… estranho, não é mesmo? Mas é assim que as coisas seguem…
Claro que usamos de subterfúgios mil para não aceitar aquilo que, aparentemente, caminha ao nosso lado… e o que seria isso? Um mundo sobrenatural? Ou apenas uma outra dimensão, onde as leis da física não se aplicam como em nosso universo? Poderia ser, não é mesmo? As criaturas fantásticas, os seres monstruosos… de repente, seriam meros habitantes de outra realidade, coexistindo no mesmo espaço que nós, porém ocupando um campo vibratório diferente…
Essa visão poderia ser aplicada a toda e qualquer aparição que não se enquadrasse naquilo que aprendemos ser “normal”. Mas o que é “normal”, neste mundo? Na realidade, nada sabemos deste Universo vasto no qual vivemos. Que dirá de outras realidades…
Quando falamos de seres extraterrestres, discos voadores e coisas do gênero, de certa forma estamos também nos referindo a figuras mitológicas como “boi-tatá”, “sereia” e outros… quem pode nos afirmar, com certeza, que essas criaturas não existem? E se estas forem seres perfeitamente normais de outro plano? Isso explicaria porque é tão difícil avistar um destes… a menos que um distúrbio dimensional aconteça, será difícil nos encontrar com os mesmos… o que, no final das contas, é muito bom…
Racionalistas procuram sempre uma resposta científica para situações como essa… não é o meu caso. Ainda sou daquelas que acreditam que o mistério envolve nosso mundo, e que há um outro local de Luz, assim como existe um onde as Trevas imperam… mas meu raciocínio é tão válido quanto o de outra pessoa, que procura ver sempre o lado racional de tudo. Provas científicas são a base de sua crença… e não estão erradas em seu posicionamento. Porque assim como acredito em um Ser Superior que tudo rege, o meu semelhante acredita que toda a vida surgiu ao acaso… e sua visão, como eu disse, não está errada. Assim como a minha. A diferença entre nós duas é que acredito em outros mundos, paralelos ou espirituais… partiremos para o mundo espiritual após deixarmos esse plano.. a outra pessoa acredita que a vida é uma só… que ao fecharmos nossos olhos simplesmente deixamos de existir…
O que posso dizer? Para essa pessoa é mais confortável pensar que tudo se acaba e que viramos pó, simplesmente. Isso quer dizer que ela não tem fé em nada? Ao contrário… até porque acredita que a vida é finita, essa pessoa muitas vezes luta para dar o melhor aos seus semelhantes… e procura viver a vida em toda sua plenitude…
Eu, do meu lado, acredito que estamos neste plano apenas de passagem, e que ao chegar a hora irei para o Paraíso ou para outro lugar não tão agradável… depende de como me comportei enquanto deste lado estava… se pensarmos bem, a visão do ateu não é assim tão diferente da minha… exceto no final de tudo… e, convenhamos… entre uma vida eterna no Inferno e a anulação total da vida, a segunda opção se torna mais agradável que a primeira, não é mesmo? Além disso, não ando pelo caminho da virtude por minha livre escolha, mas sim porque se não o fizer, serei castigada… e ações onde você segue ou por recompensas ou por medo de castigos… bem, quão benéfico isso é para sua alma? Afinal, você está simplesmente pagando um carnê para garantir sua estada confortável no outro mundo…
Faça o bem sem olhar a quem, independentemente de suas convicções mais íntimas… ajude seu próximo pelo prazer de ajudar, não por medo do castigo que poderá receber do outro lado… seja a Luz que ilumina não só seu caminho, mas também o das pessoas que estão à sua volta… porque, no final, ninguém consegue caminhar sozinha pela senda da vida…
Tania Miranda…Brasil… 27/08/2025

Trabalho como Agente de Organização Escolar (Secretaria de Educação do Estado de São Paulo) embora no momento esteja prestando serviço junto ao TRE, no Cartório Eleitoral como Auxiliar Requisitada. Gosto de escrever, tenho dois livros publicados, “Tirésias, a dualidade da alma humana”(autobiografia), pela Editora Verso e Prosa e “A volta do Justiceiro”, romance explorando o folclore brasileiro, publicado pela UICLAP. Publico crônicas diariamente em alguns grupos, meu perfil e meu blog… (taniamirandablog.blogspot .com)… sou casada, tenho quatro filhos e dois netos, sendo que minha neta mora comigo desde os três meses de idade…
