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DEVANEIOS

O tempo é inexorável. Segue em frente, sem se importar em como nos sentimos. Para ele, é como se não existíssemos. Somos como figurinhas coladas em um álbum e, conforme vamos atualizando as informações, aquilo que passou simplesmente é esquecido. Somos como as folhas de um diário, a muito esquecido no fundo de uma gaveta, onde algumas vezes, sem querer, acabamos por abrir o livro e pousar nossos olhos em uma página qualquer…

A vida é ilusão, já disse alguém certa vez… tudo o que vivemos é irrelevante, dada a dimensão do Universo…nada do que fazemos tem alguma importância para o Todo… pois somos como formiguinhas que, se se tornarem um incômodo, tem a sua casa destruída e toda a colônia é varrida de forma a não atrapalhar as coisas que realmente importam…

E o que seriam essas coisas? Não sei, não faço a menor ideia. Porque estou perdida em meu próprio mundinho, onde vários assuntos exigem minha atenção. São ações que, isoladas, em nada mudarão o fluxo do mundo… mas, para mim em particular, farão toda a diferença…

Já percebeu que somos criaturas solitárias? Mesmo quando estamos reunidas em grupo, a profusão de pensamentos contraditórios é tamanha, que dificilmente encontrará duas pessoas na mesma sintonia. Podemos até parecer estar todas seguindo um mesmo objetivo… e somos levadas a acreditar nessa falácia… mas a realidade é bem outra…

Cada uma de nós tem sua visão da vida. Cria expectativas sobre onde deseja chegar e luta para alcançar seu objetivo. Todas nós somos movidas pelo vil metal, não há dúvidas quanto a isso. Afinal, é a sua posse que nos garante um certo conforto enquanto nesse plano permanecermos. Os roteiros por nós imaginados tem sempre esse ingrediente que não pode faltar… qual o poder aquisitivo preciso ter para poder fazer tal coisa? E é esse nosso objetivo primário…

Não há como viver sem posses… ao menos foi isso que nos foi passado desde a mais tenra infância. Precisamos de certos produtos para nossa comodidade, tanto na parte alimentar como na própria higiene diária. E para que possamos seguir com um mínimo de conforto, temos que acumular um tesouro que, isolado, de nada nos serviria… afinal, se estivermos em um local inóspito, onde nada exista além de moedas de ouro ou notas de dinheiro… papel impresso, na realidade… com certeza morreremos à míngua… pois nem o ouro nem o papel moeda poderão saciar nossa fome e sede, se não houver uma fonte onde conseguir esses gêneros de primeira necessidade…

Enquanto a ideia de “mercado” não nos é incutida como verdade absoluta, e se estivermos em um contato direto com a Natureza, com certeza conseguiremos tudo o que precisamos para sobreviver. Ou quase tudo. Afinal, estaremos em um bioma onde presa e predador vivem trocando de papéis em uma velocidade tal que é quase impossível de acompanhar. Consegue imaginar como era a vida de nossos ancestrais, sem as benesses que o progresso nos trouxe? Sim, a vida era dura… doenças que levavam as pessoas cedo para o outro lado, tensão quanto ao momento da coleta de seu alimento… um descuido e quem pode virar comida é você… acidentes que podem te aleijar ou mesmo te levar a óbito, pois a medicina ainda não está avançada o suficiente para te salvar… são tantas as variáveis, não é mesmo? Ou seja, no presente ou no passado, a vida não é fácil… problemas sempre existiram e sempre existirão. Apenas a forma de enfrentá-los é que se modifica um pouco…

O que estou tentando dizer com tudo isso? Sinceramente, não sei… acho que simplesmente devemos pensar em qual é nosso real papel nessa existência… estamos destruindo o mundo com nossas conquistas, isso é certo… ao menos para nós, daqui a algum tempo, este mundo será um local hostil, onde não comportará a vida tal como a conhecemos. Afinal, quando poluímos um rio, fonte da vida para todos nós, estamos nos condenando a mais tarde ficar sem esse líquido precioso para nossa vida. E quando caçamos uma espécie até extingui-la totalmente, o que estamos realmente fazendo é perturbando o equilíbrio entre as espécies… pois determinada forma de vida controla a população de outra que, não fosse assim, proliferaria sem controle algum… aliás, isso aconteceu com nossa própria espécie. Não que eu ache isso ruim como indivíduo. Mas para a natureza, como um todo, é uma catástrofe…

Bem, não há como mudar o rumo da civilização, não é mesmo? É como dizia certo personagem de uma história infantil… “rumo ao infinito e além”… deveríamos pensar no futuro não só de nossos descendentes mas também do próprio planeta… mas aí poderíamos descobrir coisas que talvez não nos fossem vantajosas, não é mesmo? E como já disse certo personagem em um filme famoso… “a ignorância é uma benção”… aquilo que você desconhece, não te aflige…

Tania Miranda  –   Brasil   –  11/07/2025

Tania Miranda
Tania Miranda

Trabalho como Agente de Organização Escolar (Secretaria de Educação do Estado de São Paulo) embora no momento esteja prestando serviço junto ao TRE, no Cartório Eleitoral como Auxiliar Requisitada. Gosto de escrever, tenho dois livros publicados, "Tirésias, a dualidade da alma humana"(autobiografia), pela Editora Verso e Prosa e "A volta do Justiceiro", romance explorando o folclore brasileiro, publicado pela UICLAP. Publico crônicas diariamente em alguns grupos, meu perfil e meu blog... (taniamirandablog.blogspot .com)... sou casada, tenho quatro filhos e dois netos, sendo que minha neta mora comigo desde os três meses de idade...

Tania Miranda

Trabalho como Agente de Organização Escolar (Secretaria de Educação do Estado de São Paulo) embora no momento esteja prestando serviço junto ao TRE, no Cartório Eleitoral como Auxiliar Requisitada. Gosto de escrever, tenho dois livros publicados, "Tirésias, a dualidade da alma humana"(autobiografia), pela Editora Verso e Prosa e "A volta do Justiceiro", romance explorando o folclore brasileiro, publicado pela UICLAP. Publico crônicas diariamente em alguns grupos, meu perfil e meu blog... (taniamirandablog.blogspot .com)... sou casada, tenho quatro filhos e dois netos, sendo que minha neta mora comigo desde os três meses de idade...

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