REFLETINDO SOBRE A VIDA
Quando a temperatura à nossa volta cai, tudo o que desejamos é uma refeição quentinha e uma caminha aconchegante, com nossos cobertores e edredons, não é mesmo? Um chocolate quente ajuda a nos sentir confortáveis… um par de meias, uma blusa de lã… e ficamos confortavelmente instalados no sofá da sala assistindo nosso programa favorito, até que finalmente nos entreguemos aos braços de Morfeu…
E então, com o corpo e a alma aquecidos, partimos para o Mundo dos Sonhos, onde veremos maravilhas em nosso estado de letargia… passamos a viver outra realidade, onde podemos ser princesas ou mendigas… podemos ter fartura ou penúria… viver um mundo de sonhos ou uma fábula de terror. Mas quando despertamos, esse Mundo de Fantasia é esquecido, e nossa vida retorna à rotina de cada dia…
Somos seres afortunados. Afinal, a maioria dos percalços que passamos nada são perto daqueles que algumas pobres almas enfrentam. Aquelas pessoas desvalidas, sem teto, sem proteção. Que tem como cobertor apenas um céu estrelado, isso quando as nuvens de chuva não vem cobrir o firmamento como um manto úmido e frio…
Quantas pessoas não vagam por esse plano, arrastando atrás de si um cobertor velho, sujo e rasgado, pés descalços e uma blusa fina, procurando no lixo algo que lhes possibilite sobreviver? Muitas reviram as latas de descarte de lanchonetes, à procura de algo que lhes sacie a fome, pois não conseguiram reunir moedas suficientes para ter uma refeição, por mais simples que fosse…
E quando esse desvalido é uma criança, inocente e pura, que não compreende o porque sua vida é assim? Quando vê outras crianças brincando, alegres e felizes, muitas vezes desdenhando aquilo que graciosamente receberam… seu coraçãozinho sangra, com certeza. E, aos poucos vai se endurecendo, pois a vida é dura e só os mais fortes sobrevivem nessa imensa selva em que estão inseridos…
Sim, vivemos em um mundo onde a desigualdade impera. Alguns tem mais do que necessitariam para cem, mil vidas. E ainda assim, procuram aumentar o patrimônio, mesmo que às custas de seus semelhantes. Outros vivem o agora… levantam as mãos para o céu se conseguem um prato de comida… sobrevivem como conseguem…
Não existe, na Sociedade, o sentimento de União verdadeiro entre as pessoas. Muitas vezes esse sentimento não existe nem mesmo no seio familiar… que dirá na vida social, onde a lei que impera é “cada um por si e que vença o mais forte”, mesmo que digamos a nós mesmas que o Amor rege nossa vida…
Mas não precisa ser assim. Podemos e devemos acolher os mais necessitados. Distribuir, junto com um prato de comida, um sorriso, uma palavra amiga para aqueles que dela necessitem. Fazer do Amor nossa bandeira, tornar nosso mundo um lugar melhor para todos nós. Ser a Luz que ilumina não só o nosso coração, mas também o daqueles que gravitam ao nosso redor…
E só assim, no dia em que descermos do pedestal da Soberba, do Orgulho e do Egoísmo estaremos aptas a seguir a trilha do Amor e da Justiça… e quiçá, encontraremos o caminho do Paraíso Terrestre, onde a Guerra, o Ódio e a Violência não tem morada…
Tania Miranda 03/05/2025

Trabalho como Agente de Organização Escolar (Secretaria de Educação do Estado de São Paulo) embora no momento esteja prestando serviço junto ao TRE, no Cartório Eleitoral como Auxiliar Requisitada. Gosto de escrever, tenho dois livros publicados, “Tirésias, a dualidade da alma humana”(autobiografia), pela Editora Verso e Prosa e “A volta do Justiceiro”, romance explorando o folclore brasileiro, publicado pela UICLAP. Publico crônicas diariamente em alguns grupos, meu perfil e meu blog… (taniamirandablog.blogspot .com)… sou casada, tenho quatro filhos e dois netos, sendo que minha neta mora comigo desde os três meses de idade…
