SEMPRE OS PRECONCEITOS…
Somos criaturas complexas. Mesmo quando nos consideramos despidas de todo tipo de preconceito, ele está ali, escondidinho no recôndito de nossa alma, pronto para surgir em todo seu esplendor. Porque estaremos sempre prontos para julgar como nosso semelhante vive ou deixa de viver… é como se quiséssemos viver a vida pelo outro…
Essa não é uma ação proposital… nem pensamos sobre o que fazemos. Nem antes, nem depois. Simplesmente agimos, não percebendo que estamos machucando aqueles que convivem conosco. Não é que a felicidade dessas pessoas não nos importem… simplesmente não pensamos na possibilidade de alguém ser feliz sendo diferente de nós…
Quantas vezes não criticamos a ação de alguém, preocupadas com o que as outras pessoas irão pensar do mesmo? O que nos importa é a uniformidade das ações, todos fazendo exatamente aquilo que consideramos como certo e esperado. E qualquer desvio desse padrão é suficiente para crucificarmos quem desrespeitou nossos parâmetros…
Por mais que nos consideremos abertos a todas as ideias, por mais que pensemos ser imunes a julgar nosso próximo, é isso que fazemos a todo instante. É inevitável. Olhamos para uma pessoa e já a catalogamos, colocando-a no rol A ou B, de acordo com nossa classificação. Qualquer uma que não se enquadre em nossos padrões será classificada como indesejável por nós…
Avaliamos sempre a aparência… não à toa, um dos adágios mais populares diz que “a primeira impressão é a que fica”… ou seja, julgamos uma pessoa que acabamos de conhecer pela maneira que ela se veste, fala, se comporta, enfim… e muitas vezes deixamos de conquistar boas amizades por essa forma errônea de julgar um nosso semelhante…
Classificamos as pessoas de acordo com nossa visão de vida, mas a humanidade não é uniforme, cada um tem o seu temperamento, a sua personalidade. E aquilo que é líquido e certo para uns nada diz para outros. E que essa diversidade é importante para o bom funcionamento de nosso círculo social…
Sim… essa é a maior falha da humanidade. Julgar uns aos outros, esperando que todos ajam da mesma maneira. Nos esquecemos que cada um reage diferente ao enfrentar determinada situação. Dez pessoas enfrentando a mesma dificuldade em certo evento resolverão seu problema de uma forma pessoal… e muitas vezes a maneira que um enxergou a solução foi tão diferente da visão do outro, que esse sequer cogitou agir da mesma maneira…
Esse é um dos entraves para a Paz na Humanidade… desejar que todos pensem e ajam da mesma maneira. Isso é algo impossível. No dia em que todos entenderem e respeitarem o direito de cada um agir de acordo com seus princípios pessoais, sem julgamento de qualquer espécie… bem, nesse dia estaremos caminhando para um Mundo de Paz e Harmonia… quiçá esse dia não esteja tão longe de nós…
Tania Miranda – 31/12/2024
Trabalho como Agente de Organização Escolar (Secretaria de Educação do Estado de São Paulo) embora no momento esteja prestando serviço junto ao TRE, no Cartório Eleitoral como Auxiliar Requisitada. Gosto de escrever, tenho dois livros publicados, “Tirésias, a dualidade da alma humana”(autobiografia), pela Editora Verso e Prosa e “A volta do Justiceiro”, romance explorando o folclore brasileiro, publicado pela UICLAP. Publico crônicas diariamente em alguns grupos, meu perfil e meu blog… (taniamirandablog.blogspot .com)… sou casada, tenho quatro filhos e dois netos, sendo que minha neta mora comigo desde os três meses de idade…