Ultimas Notícias

Movimento Passe Livre convoca população para protestos

 

O aumento das tarifas de transporte público em São Paulo gerou uma onda de insatisfação e mobilizações nas ruas. A partir de janeiro, a tarifa dos ônibus geridos pela SPTrans será reajustada para R$ 5,00, enquanto o governo do estado elevará as tarifas do metrô e dos trens para R$ 5,20. Esses aumentos foram justificados tanto pela prefeitura quanto pelo governo estadual como medidas necessárias para cobrir os custos operacionais e investir na melhoria da infraestrutura dos sistemas de transporte.

A Prefeitura de São Paulo argumenta que o reajuste é imprescindível para manter a qualidade do serviço e assegurar os investimentos necessários para melhorias na infraestrutura. No entanto, críticos questionam se os passageiros, mais uma vez, não estarão pagando por um serviço que não corresponde ao valor cobrado. De 2019 a 2024, houve uma redução de dois mil ônibus em circulação nas ruas, o que aumenta ainda mais o descontentamento da população.

A Secretaria dos Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo também apresentou sua justificativa para o aumento, citando a manutenção e sustentabilidade do sistema e assegurando o princípio da modicidade tarifária. Segundo Manoel Marcos Botelho, secretário da pasta, o reajuste tarifário de 4% sobre o valor vigente está abaixo da inflação estimada para 2024, prevista em 5,09%. Esse percentual gerará uma diminuição nos aportes públicos do governo estadual às empresas públicas.

A reação nas ruas foi imediata. Diversos grupos e entidades de defesa dos direitos dos passageiros se manifestaram contra o aumento. O Movimento Passe Livre (MPL), conhecido por sua luta por um transporte público gratuito e de qualidade, agendou um protesto para o dia 9 de janeiro, às 18h em frente à prefeitura. A mobilização pretende reunir milhares de pessoas que se sentem prejudicadas pela nova tarifa.

Para o MPL, a tarifa elevada é um obstáculo ao direito de ir e vir e acentua as desigualdades sociais. Eles argumentam que os aumentos contínuos das tarifas não são acompanhados por melhorias correspondentes nos serviços oferecidos. A redução do número de ônibus nas ruas é um dos principais pontos de crítica, pois resulta em maior lotação e tempo de espera para os passageiros.

O descontentamento também se espalhou pelas redes sociais, onde hashtags como #ContraOAumento e #TarifaZero ganharam destaque rapidamente. Milhares de usuários expressaram seu descontentamento e convocaram outros a se unirem às manifestações. A expectativa é que a mobilização consiga atrair um grande número de participantes, lembrando as jornadas de protestos de junho de 2013, que tiveram início justamente por conta do aumento das tarifas de transporte público.

Além disso, como o Diário do Transporte colocou em primeira mão, na tarde desta quinta-feira, 26 de dezembro de 2024, a legalidade da reunião do CMTT (Conselho Municipal de Transporte e Trânsito), referente ao aumento da tarifa de ônibus, foi questionada pela vereadora eleita Amanda Paschoal e pelo vereador eleito Nabil Bonduki na justiça. O argumento dos vereadores é de que o conselho descumpriu decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo em resposta a uma Ação Civil Pública movida pela Defensoria Pública em 2019. Segundo a sentença da época, toda proposta de reajuste no transporte público deveria ser apresentada no referido Conselho. Na petição apresentada à Justiça, os vereadores citaram que o representante do poder executivo informou na reunião que o conteúdo trazido pela SPTrans não era uma proposta concreta, mas apenas a apresentação dos trabalhos da gerenciadora dos transportes e as possibilidades de valores que posteriormente seriam decididas pelo prefeito. O Diário do Transporte mostrou que os valores apresentados pela SPTrans como hipóteses de tarifa eram R$ 5,20 ou R$ 5.

O cenário aponta para um período de intensas manifestações nas próximas semanas, com a população. O que você acha do aumento da passagem?

Suellen Secio

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Abrir bate-papo
1
Olá
Podemos ajudá-lo?