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No Dia da Consciência Negra, Prefeitura dá nome de Dandara dos Palmares ao CEI Ponte Pequena

Mudança homenageia figura histórica da resistência negra no Brasil e esposa de Zumbi dos Palmares

A Prefeitura de São Paulo rebatizou o CEI Ponte Pequena, situado no bairro da Luz, região central, em homenagem a Dandara dos Palmares, em cerimônia realizada nesta quarta-feira (20), Dia Nacional da Consciência Negra. Dandara é uma figura histórica da resistência negra no Brasil e esposa de Zumbi dos Palmares, líder do maior quilombo que existiu no país, na região de Alagoas. Foi símbolo de resistência e luta do povo africano contra a escravização.

O CEI, 17ª instituição municipal de educação que tem nome de uma grande personalidade negra, segue o “Currículo da Cidade: Educação Antirracista: orientações pedagógicas: povos afro-brasileiros”, um documento que traz diretrizes, conceitos e práticas para promoção de vivências antirracistas nas unidades educacionais da Rede Municipal de Ensino. A unidade fica no mesmo local onde funciona o campus da Universidade Zumbi dos Palmares.

Durante o evento, o prefeito Ricardo Nunes destacou que São Paulo está dando um grande exemplo ao nomear o CEI Dandara dos Palmares.

“Esta é a cidade mais negra da América Latina, são 43% de 12 milhões de moradores, aqui há duas cidades de Salvador. Hoje estamos celebrando o Dia da Consciência Negra, os 20 anos da Universidade Zumbi dos Palmares e também o combate à injustiça, ressaltando todo o trabalho feito e o que ainda precisa ser feito na área da cultura, da educação, dentro e fora de casa e no nosso local de trabalho”, afirmou.

A mudança de nome do CEI reflete um compromisso com a valorização da cultura afro-brasileira e a preservação da memória de importantes figuras negras.

A unidade tem 93 vagas e desenvolve diversas ações e projetos focados na educação infantil antirracista.

“A renomeação é uma homenagem a uma das figuras mais emblemáticas da história do Brasil. Ao nomearmos este CEI em sua honra, queremos que sua memória e seu exemplo de luta sejam transmitidos diretamente às nossas crianças, que são o futuro do nosso país”, explicou o secretário municipal da Educação, Fernando Padula. “A educação infantil desempenha um papel fundamental na formação de valores e no desenvolvimento de uma consciência crítica. Por isso, focamos em uma formação que também promova a reflexão sobre o racismo estrutural, que precisamos combater todos os dias.”

O reitor da UniPalmares, José Vicente, declarou que as novas gerações estão ajudando a mudar e a contar uma nova história. “A arma mais poderosa para fazer essa mudança é a educação antirracista, um currículo que tem como objetivo mudar as mentes do futuro com igualdade, respeito, tolerância. Assim teremos muito sucesso e cidadãos melhores.”

A diretora da creche, Claudia Almeida, reforçou o papel da educação nesse trabalho. “Dandara dos Palmares é um nome para lembrar atitudes que devemos ter todos os dias. Não podemos ser apenas contra o racismo. Precisamos ser antirracistas.

Combate diário

Durante a cerimônia, Ricardo Nunes ressaltou que a capital pratica o combate ao racismo durante todos os dias do ano e citou algumas das ações executadas, como a criação de 11 Centros de Promoção da Igualdade Racial, sendo que oito foram inaugurados por ele; o selo da igualdade racial, que reconheceu 149 instituições entre 2021 e 2023 que realizaram iniciativas concretas de combate ao racismo, e as inaugurações, feitas pelo prefeito Bruno Covas (1980/2021), de 12 Centros Educacionais Unificados (CEUs)  com nomes de personalidades negras.

Nunes ainda destacou a implantação de monumentos na cidade em homenagem a outros personagens negros reconhecidos por seu papel na cultura paulistana, como da escritora Carolina Maria de Jesus, do músico Geraldo Filme, do atleta olímpico e tricampeão panamericano de salto triplo, Adhemar Ferreira da Silva, da sambista Deolinda Madre e do cantor e compositor Itamar Assumpção.

“Vamos instalar mais cinco, que serão as da Mãe Sílvia de Oxalá (líder religiosa falecida em 2014), da cantora Elza Soares, do Chaguinhas (cabo negro do Primeiro Batalhão de Santos no período do império português), da Lélia Gonzalez (autora, professora, filósofa e antropóloga) e do Milton Santos (geógrafo, escritor e jornalista).”

 

Suellen Secio

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