NÃO SE PODE VIVER FORA DOS PARÂMETROS DO GRUPO…
Somos carentes de atenção. Quando, por algum motivo, não recebemos a parcela de carinho que acreditamos merecer, ficamos tristes. O mundo fica cinzento, os pássaros não gorjeiam mais à nossa volta, as flores perdem seu perfume… até as estrelas que enfeitam o céu noturno perdem seu brilho, deixando nosso mundo particular lúgubre, sombrio…
Queremos sempre a aprovação das pessoas. Não vivemos para nós, vivemos para os outros. Mesmo que em um primeiro momento não percebamos isso…
Somos parte de vários grupos sociais. O primeiro é nossa família. Temos regras de conduta bem definidas para seguir, pois elas nos preparam para ingressar em outros… é onde se exige que todos sigam o que está estabelecido como “correto”, aceitável”… e quem não seguir esses mandamentos, será expurgado… será “destruído”, mesmo que apenas em nossa imaginação…
Necessitamos desesperadamente ser aceitos pelas pessoas e exigimos que todos que fazem parte de nosso círculo sigam a norma vigente. Porque se alguém sai dos parâmetros aceitáveis, será ridicularizado pelos outros grupos. Isso manchará não só a reputação do indivíduo como também da comunidade a qual pertence… e isso é inaceitável…
O controle exercido sobre as outras pessoas é tão inflexível quanto nossas convicções… nossos conceitos e preconceitos nos cegam a tal ponto que não percebemos que não temos o direito de interferir na vida dos outros. Não tem como eu viver outra vida além da minha. Mas não é assim que pensamos normalmente…
E o que nos faz assim, tão rigorosos para com os nossos? É a carência… desejamos ser notados, mas pelos motivos “certos”. E os motivos “certos” são aqueles que foram sancionados por todos como a “maneira correta” de conduzir a vida. Pode ter diversos cunhos… social, sexual, econômico… se houver algum desvio na conduta em qualquer um destes tópicos, a atenção que nosso grupo receberá será negativa. Então a solução é expurgar aquele que não se enquadra em nossos parâmetros, para que não nos envergonhe. É assim que a banda toca…
Podemos mudar nossa forma de pensar, é claro… mas infelizmente não é tão simples. Nossas neuroses tem um longo histórico familiar, que se arrasta a várias gerações. E quando algum elemento transgride aquilo que é considerado sagrado pelo grupo… as memórias que, de certa forma, são o norte desse núcleo… pode haver uma implosão no cerne dessa formação… afinal, as neuras herdadas são nossa verdadeira alma …
Trabalho como Agente de Organização Escolar (Secretaria de Educação do Estado de São Paulo) embora no momento esteja prestando serviço junto ao TRE, no Cartório Eleitoral como Auxiliar Requisitada. Gosto de escrever, tenho dois livros publicados, “Tirésias, a dualidade da alma humana”(autobiografia), pela Editora Verso e Prosa e “A volta do Justiceiro”, romance explorando o folclore brasileiro, publicado pela UICLAP. Publico crônicas diariamente em alguns grupos, meu perfil e meu blog… (taniamirandablog.blogspot .com)… sou casada, tenho quatro filhos e dois netos, sendo que minha neta mora comigo desde os três meses de idade…