EH, VIDA DE GADO…
Prepare o seu coração
Pras coisas que eu vou contar
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
E posso não lhe agradar…
Bem, hoje escolhi a canção de Théo Azevedo e Geraldo Vandré como fio condutor de minha narrativa. Esta toada foi vencedora, junto com a “Banda” de Chico Buarque, do Festival de Musica Popular Brasileira de 1966, na belíssima interpretação de Jair Rodrigues. Com o título de “Taureau”, esta canção foi gravada na língua francesa e foi interpretada pela cantora Frida Boccara… mas… sobre o que eu ia falar, mesmo?
Bem , a princípio o que a letra afirma é aquela verdade universal que todos sabemos, mas que preferimos não lembrar… que a vida é finita, e que somos frágeis como um simples copo de cristal, onde qualquer coisa… qualquer coisa mesmo, pode apagar a luz de nossa essência…
Temos na vida uma hierarquia bem definida. Quem a estabeleceu, não sei. Mas existe desde que o ser humano resolveu viver em sociedade. Não sabemos exatamente porque, mas o grande grupo foi dividido em vários graus de importância, onde cada elemento tem a sua posição bem definida. Começa da classe mais baixa e vai aos poucos galgando as posições de mais destaque. E são muitos os caminhos para se chegar ao topo, mas a poucos é permitido completar a jornada. Como eu disse, não existe nada escrito que defina isso ou aquilo, mas as regras são obedecidas fielmente, mesmo que não entendamos realmente porque tem que ser assim…
Estranho, não é mesmo? Afinal, mesmo que teoricamente, todas as pessoas são iguais e tem o mesmo direito. Mas, na prática, alguns tem mais direitos que os outros. E essa máxima é aceita pelo grupo. E as decisões dos ocupantes dos graus mais altos da sociedade são aceitas como verdade absoluta, não deixando espaço para questionar… na verdade, as pessoas nunca questionam, mesmo. Ah, sim, não estou falando sobre política, acho que é melhor esclarecer. Estou falando sobre a vida das pessoas comuns no dia a dia, sem nenhum viés…
Somos apenas números no grupo do qual participamos. Sim, é claro que temos nossos amigos que nos apoiam a todo momento que precisamos, mas se um de nós vier a faltar, automaticamente será substituído por outro e a Roda da Vida continuará a girar sem nenhuma interrupção, a maioria dos componentes do grupo nem perceberão que houve uma troca durante o percurso. Como diz a canção, “na boiada já fui boi, mas um dia me montei, não por um motivo meu, ou de quem comigo houvesse, que qualquer querer tivesse, porém por necessidade, do dono de uma boiada, cujo vaqueiro morreu”… percebem? A personagem central da canção explica que fazia parte da massa, mas que em determinado momento foi alçada a posição de líder de um dos muitos grupos existentes não porque ela pleiteasse essa posição, mas porque alguém deixou de fazer parte do grupo por um motivo de força maior… faleceu… e precisavam de alguém que ajudasse a conduzir o grupo… e é assim que o mundo funciona… somos meros componentes de uma máquina que necessita que todos os seus elementos estejam funcionando perfeitamente, caso contrario toda a sociedade entra em colapso. Portanto, o indivíduo é nada perante o grupo do qual participa. Porém, se ele for alçado a posições mais importantes nesse grupo, passará a ser defendido por este, até ao custo da própria vida das castas mais baixas. Porque ele é importante para que o grupo não se disperse…
É claro que, a medida que você vai galgando novas posições na sociedade seu olhos vão se abrindo e você aceita, ou não, as regras do jogo. Se não aceitar, será excluído e outro será pinçado para assumir seu lugar…
Que Deus no conceda um dia simplesmente maravilhoso em nossas vidas, que este seja o melhor de todos os dias que já vivemos. Que Deus abençoe a todos nós e até amanhã, se Ele assim o permitir…
Trabalho como Agente de Organização Escolar (Secretaria de Educação do Estado de São Paulo) embora no momento esteja prestando serviço junto ao TRE, no Cartório Eleitoral como Auxiliar Requisitada. Gosto de escrever, tenho dois livros publicados, “Tirésias, a dualidade da alma humana”(autobiografia), pela Editora Verso e Prosa e “A volta do Justiceiro”, romance explorando o folclore brasileiro, publicado pela UICLAP. Publico crônicas diariamente em alguns grupos, meu perfil e meu blog… (taniamirandablog.blogspot .com)… sou casada, tenho quatro filhos e dois netos, sendo que minha neta mora comigo desde os três meses de idade…