Direito / Justiça

Machismo no magistério. Desembargador usa falas machistas durante audiência no Paraná.

 

Ser mulher não é e nunca foi uma tarefa fácil. Além de existir uma sobrecarga de trabalho muito maior, por conta de ter que trabalhar e cuidar da casa e dos filhos, existe até os dias atuais o assédio.
E quando o machismo vêm de quem deveria defender as mulheres?
Foi isso que ocorreu no Paraná durante uma audiência que tinha como finalidade julgar um professor que estava mandando mensagens para uma adolescente de 12 anos no Paraná.
Na ocasião, Luís César Espíndola disse:

“Se vossa excelência sair na rua hoje em dia, quem está assediando, quem está correndo atrás de homens, são as mulheres. Hoje em dia, esta é a realidade, as mulheres estão loucas atrás de homens porque são muito poucos. É só sair a noite, eu não saio muito à noite, mas eu tenho funcionárias, tenho contato com o mundo. A mulherada está louca atrás dos homens”.

Além disso, o desembargador ainda disse que somente os “cachorros são os companheiros das mulheres”. A fala dele que estava sendo transmitida ao vivo trouxe indignação e repúdio, o vídeo que rapidamente viralizou foi retirado do ar na tarde desta quinta-feira.

A OAB do Paraná publicou uma nota sobre o ocorrido:
“As estarrecedoras manifestações do magistrado afirmando que ‘as mulheres estão loucas atrás dos homens’ e imputando às mulheres, generalizadamente, comportamento que ele classifica como ‘assédio aos homens’, além de discriminatórias, expressam elevado grau de desconhecimento sobre o protocolo para julgamento com perspectiva de gênero, de cumprimento obrigatório pelos magistrados e tribunais. Revelam ainda profundo desrespeito para com as mais recorrentes vítimas de todo o tipo de assédio: as meninas e mulheres brasileiras”.

É importante lembrar que, segundo dados obtidos pelo site UOL, em 2023 o Brasil teve o maior número de feminicídios já registrados, sendo cerca de uma morte a cada seis horas. Além do feminicídio, a violência contra mulher está cada vez maior. Existem atualmente diversos trabalhos para estas vítimas, e campanhas para que as mesmas denunciem os casos, porém, falas como estas vindas de quem deveria defender acabam por inibir as vítimas a falar.

Suellen Secio

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