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A VIDA NOS DÁ VÁRIAS ESCOLHAS…

Já parou para pensar em quantas vezes nós hesitamos em pegar determinado caminho, seguindo por outro e depois de algum tempo ficamos pensando porque tomamos tal decisão e não outra? Acredito que muitas. Porque a gente simplesmente segue pela trilha que nos parece mais segura. Sempre. Mas, depois de algum tempo vem aquele pensamento maroto em nossa mente… e se?…

Nosso primeiro impulso é nos preservar. Sempre que nos defrontamos com uma situação desconhecida, procuramos a melhor solução para resolver tal impasse. E essa, via de regra, é aquela cujo roteiro já conhecemos e que nos dá a certeza de concluir nossa jornada incólumes…

Poucas pessoas se atiram de cabeça em uma aventura na qual não tem ideia de qual seria o desfecho. Mesmo porque, geralmente, o final não é favorável ao desbravador do desconhecido. Não raro, acaba por se machucar, devido à sua audácia…

Claro, os avanços da Humanidade só são possíveis graças ao desprendimento de alguns heróis, que não se importam com sua própria integridade, desde que consigam desvendar os segredos que o Universo esconde atrás do Véu do Desconhecido. São Almas que desejam  mais do que aquilo que nos é dado graciosamente. Na verdade, não fossem essas, e nossos limites do conhecimento seria bastante restrito…

Em uma comparação grosseira, diria que esses pioneiros são como os heróis de um vídeo game, que para conseguir avançar de nível devem vencer os “chefes” do mesmo, conquistando assim o direito de avançar… direito esse estendido a todos os seus semelhantes, que passam a usufruir de algumas benesses que essas Almas conseguiram libertar…

Estranho falar assim, não é mesmo? Comparar a vida com um joguinho… mas, pensando bem, os jogos são uma maneira interessante de ver a vida. Não importa de que tipo, jogos de adivinhação, jogos de mesa, eletrônicos, de grupo… eles sempre nos trazem alguma coisa que tem a ver com nosso dia a dia… são parábolas contadas de uma maneira lúdica, que ensina ao mesmo tempo que diverte…

Estamos sempre lançando mão de algum estratagema que aprendemos nos jogos, não importa quais sejam. Por exemplo, volta e meia costumamos blefar frente a uma situação difícil. Nossas chances de vencer aquela rodada em especial é mínima, mas agimos como se estivéssemos com a melhor mão da mesa. E acabamos por vencer o adversário não pela força, mas pela incerteza que toma conta do mesmo. É apenas um exemplo, mas se olharmos ao nosso redor, perceberemos que estamos sempre lançando mão de alguma artimanha que aprendemos nos divertindo, sem imaginar que uma hora a iríamos aplicar na vida real…

Aliás, pensando bem, essa habilidade é adquirida ainda na infância… os primeiros trejeitos aprendemos com os folguedos ao lado de nossos companheiros, projetos de gente que ainda não estão preparados para o mundo… mas treinam incansavelmente… mesmo que não percebam que tal está ocorrendo…

Toda e qualquer nova situação que se apresenta a nossa frente é uma chance de aprender algo que ainda falta em nossa bagagem. Mas conforme vamos crescendo perdemos a habilidade do desprendimento, inerente a todos os petizes. Em nossos primeiros anos de vida, até porque nada conhecemos ainda, nos atiramos de cabeça a qualquer novidade que se apresente sem hesitação. Porque ainda não conhecemos o termo “falhar”. Que, aliás, não tem porque constar em nosso vocabulário… afinal, somos uma lousa em branco, onde todo um script está sendo escrito. Tudo aquilo que seremos no futuro está sendo definido nesse momento ímpar de nossa vida…

A noção de medo ainda não se cristalizou em nossa psique. Sim, temos medo de algumas coisas… do abandono, da solidão… da falta de carinho… embora acabemos por nos adaptar à situação que vivenciamos, pois nessa fase não temos muita escolha… seguimos aquilo que nos apresentam…

Vamos sentir medo do desconhecido apenas quando crescemos. Porque toda a preparação que tivemos durante a infância foi criando uma sequência lógica de como proceder em determinadas situações, ao mesmo tempo que nos foi incutida a noção de que, se não seguíssemos tal roteiro, iriamos fracassar. E o fracasso nos traria consequências terríveis…

Como dá para perceber, essa maneira truncada de pensar acaba por nos limitar a seguir apenas aquilo que nos promete algum conforto durante nossa caminhada. E conseguir fugir dessa programação não é assim tão fácil. Porque criamos roteiros de procedimentos que nos possibilitam caminhar pela Vida sem cruzar o Desconhecido e, por esse motivo, ficamos livres de surpresas desagradáveis. Ao menos assim pensamos…

Seguir o roteiro inicial pode nos livrar de muitos percalços que viermos encontrar em nossa jornada. Mas, de certa forma, deixamos de viver… a vida rotineira não tem assim tantos atrativos… e passamos a pensar nas possibilidades que desprezamos, escolhendo as vias mais seguras, que nos conduziram ao presente que ora vivemos…

É quando a dúvida passa a nos assaltar… é quando passamos a pensar “e se…”

E se eu tivesse escolhido a opção “a” em vez da “b”? Será que teria me saído melhor? E se eu tivesse me envolvido com Fulano? Viveríamos felizes para sempre? E se…?

Quantas duvidas nos assaltam em nosso dia a dia, não é mesmo? São vários os caminhos que poderíamos ter escolhido, e não o fizemos… seríamos mais felizes se tivéssemos tomado uma decisão diferente da qual tomamos em determinada situação? Não há como saber. Porque a vida só nos mostra aquilo que vivenciamos de fato. O que poderia ser é uma incógnita. E é melhor que assim seja, pois enquanto a dúvida for o único sentimento a nos assaltar o arrependimento não fará morada em nosso peito. Bem, algumas pessoas até se arrependem por não terem seguido determinado caminho. Mas não percebem que, mesmo que tivessem agido diferente, o resultado poderia ter sido o mesmo. Ou não. É a beleza de nosso Mundo. Pois a incerteza de nossos passos, de nosso futuro, é a única certeza que a Vida nos concede…

A vida é maravilhosa. Pois nos permite uma gama variada de escolhas… então, sejamos felizes com as que fizemos. E quando a dúvida nos assaltar sobre alguma decisão do passado, nos lembremos que tudo aquilo que está à nossa volta no presente só foi possível devido as nossas escolhas… e devemos sempre pensar que estas foram as melhores, para nós e para aqueles que nos cercam…

Tania Miranda  –  Brasil  –   06/08/2025

Tania Miranda
Tania Miranda

Trabalho como Agente de Organização Escolar (Secretaria de Educação do Estado de São Paulo) embora no momento esteja prestando serviço junto ao TRE, no Cartório Eleitoral como Auxiliar Requisitada. Gosto de escrever, tenho dois livros publicados, "Tirésias, a dualidade da alma humana"(autobiografia), pela Editora Verso e Prosa e "A volta do Justiceiro", romance explorando o folclore brasileiro, publicado pela UICLAP. Publico crônicas diariamente em alguns grupos, meu perfil e meu blog... (taniamirandablog.blogspot .com)... sou casada, tenho quatro filhos e dois netos, sendo que minha neta mora comigo desde os três meses de idade...

Tania Miranda

Trabalho como Agente de Organização Escolar (Secretaria de Educação do Estado de São Paulo) embora no momento esteja prestando serviço junto ao TRE, no Cartório Eleitoral como Auxiliar Requisitada. Gosto de escrever, tenho dois livros publicados, "Tirésias, a dualidade da alma humana"(autobiografia), pela Editora Verso e Prosa e "A volta do Justiceiro", romance explorando o folclore brasileiro, publicado pela UICLAP. Publico crônicas diariamente em alguns grupos, meu perfil e meu blog... (taniamirandablog.blogspot .com)... sou casada, tenho quatro filhos e dois netos, sendo que minha neta mora comigo desde os três meses de idade...

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