BELEZA ANCESTRAL
Não deveria haver nenhuma data, homenageando quem quer que fosse. Principalmente etnias. E por que? Simples… somo todos seres humanos. A tez nada diz sobre cada um, além de sua origem. A alma de todos é semelhante, a beleza das pessoas é algo pessoal… cada um é belo a sua maneira.
Vivemos em um mundo onde as pessoas se importam mais com a quantidade de melanina que traz do que realmente o que o coração pode oferecer. Somos educados desde a mais tenra idade a identificar as pessoas por sua tez, não pelo seu caráter. O que é uma pena. Temos o dia disso, o dia daquilo… catalogamos as pessoas e as guardamos em nichos. Felizmente nasci em um grupo onde a cor da pele das pessoas não era importante. Todos eram unidos, não importa se brancos, negros ou de que raça fossem. O que importava era o caráter de cada um. Hoje as pessoas se dividem demais… “é o preconceito”, dizem… mas nós é que alimentamos esse preconceito, ao aceitarmos as regras que alguém decidiu impor….
Separar brancos, negros, índios, amarelos… criar novos termos para “não ofender” pessoas dessa ou daquela etnia… isso em nada resolve. Porque não estamos protegendo ninguém de nada, estamos criando novas feridas que demorarão a cicatrizar. E sabe o que é mais engraçado? Preconceito gera ainda mais preconceito. Eu sou uma mistura de branco, negro e índio (hoje em dia não se pode mais dizer essa palavra)… sou mestiça. E essa fusão das três raças é a minha origem. Como a da maioria das pessoas que conheço.
Não classifico ninguém por sua tez… cada um tem a sua beleza particular. E tanto faz se a pessoa tem essa ou aquela característica. O que importa é o que ela carrega dentro de sua alma, de seu coração. Não precisamos, na verdade, de um “Dia da Consciência Negra”, ou de qualquer outra etnia. Precisamos, sim, do “Dia da Consciência do Ser Humano”, onde o que devemos realmente combater são as desigualdades entre as pessoas, não importa de qual etnia elas sejam.
Somos um país onde os mestiços são maioria. Mas não queremos um “Dia Nacional da Consciência Mestiça”. Queremos simplesmente que todas as pessoas, não importa sua origem, lembrem-se de que o que realmente importa é o indivíduo. No dia em que nos conscientizarmos disso e lutarmos por esse ideal, deixarmos de fracionar a população, criando novos nichos de preconceitos ao invés de extirpá-los, então realmente caminharemos para um novo mundo feliz.
A Beleza Ancestral era a pureza da alma das pessoas. Que foram se deturpando durante sua caminhada por esse mundo. E é essa a essência que temos que recuperar. A pureza de nossos corações, como quando éramos crianças e para nós não importava se nosso coleguinha era preto, branco, azul ou cor de abóbora. Pois crianças não tem preconceito contra ninguém. Até que os adultos vão induzindo os pequenos a dividirem seu mundo simples e feliz em castas, que nada mais são que imposições que nada acrescentam… apenas dividem e destroem a sociedade…
Tania Miranda 16/11/2024
Trabalho como Agente de Organização Escolar (Secretaria de Educação do Estado de São Paulo) embora no momento esteja prestando serviço junto ao TRE, no Cartório Eleitoral como Auxiliar Requisitada. Gosto de escrever, tenho dois livros publicados, “Tirésias, a dualidade da alma humana”(autobiografia), pela Editora Verso e Prosa e “A volta do Justiceiro”, romance explorando o folclore brasileiro, publicado pela UICLAP. Publico crônicas diariamente em alguns grupos, meu perfil e meu blog… (taniamirandablog.blogspot .com)… sou casada, tenho quatro filhos e dois netos, sendo que minha neta mora comigo desde os três meses de idade…