NÃO PODEMOS DEIXAR A TERRA DO NUNCA…
É preciso pouco para ser feliz. E ao mesmo tempo, é necessário muito. Estranho isso, não é mesmo? Pouco e muito são dois extremos… e ficam tão próximos um ao outro. Talvez eu tenha que me expressar melhor. Quando digo que precisamos de pouco para que a felicidade nos visite, quero dizer que qualquer coisa pode nos alegrar o dia e quiçá a vida… mas ao mesmo tempo temos que nos deixar levar por esse espírito sem reservas. E aí temos variantes que podem não deixar essa felicidade se arraigar em nossa alma… é quando nada nos satisfaz e por mais que conquistemos, essa sede não se aplaca…
É aquela história do Homem Feliz levado à presença do Rei que não conseguia encontrar a felicidade apesar da opulência que o cercava. Embora tivesse tudo ao seu dispor, até mesmo o direito à vida de seus súditos, o poderoso Rei não era feliz. E quando o mago da Corte disse que bastava que ele vestisse a camisa do homem mais feliz que morasse em seu reino para que a sensação de vazio o abandonasse, com tristeza descobriu que o Homem Feliz nem camisa tinha, tal era sua pobreza…
Não precisamos de bens materiais para que a felicidade seja nossa companheira. Mas ela é volúvel, e nos impõe algumas regras para ficar conosco. A primeira parece fácil de se cumprir. Apenas parece. É manter nosso espírito infantil, puro, casto e inocente. Mas todos nós ansiamos por crescer…
Ser puro é procurar dar seu melhor para seus semelhantes. Ficar contente com as vitórias daqueles que te cercam. Apoiar sempre as pessoas ao seu redor, sem nenhum tipo de sentimento negativo a algum deles. Ou seja, ser puro é não guardar mágoa de ninguém…
Não é fácil ser “puro”… assim como não é fácil ser “casto”…. embora essa seja uma palavra com uma forte conotação sexual…sei que é isso o que pensamos ao ler tal termo… ser casto é muito mais do que se abster dos prazeres da carne. A castidade é, de certa forma, comparável a ser “puro”. Essas palavras não são sinônimos, seu significado é semelhante, apenas… mas tem mais em comum do que percebemos a primeira vista…
E inocente? Usamos muito esse termo em nosso dia a dia, mas será que temos ideia do que essa palavra quer dizer? Embora o significado dessa palavra… um deles, pelo menos… diga que ser inocente é ser inofensivo, não é bem assim na vida. De qualquer forma, ser inocente é estar desprovido de qualquer tipo de preconceito, ser uma lousa em branco, pronta para receber informações … e aí dá para perceber que não é fácil permanecer inocente nesse mundo. Afinal, a malícia e a crueldade sempre tentam destruir esse sentimento em nossa vida….
E finalmente… como manter um espírito infantil? É agir como criança o tempo todo? É claro que não. Temos nossas responsabilidades. E a vida não nos permite brincar, pois viver é lutar para não ser devorado pela quimera do tempo. Mas um espírito infantil consegue ver tudo com uma luz diferente daquela de quem já perdeu sua essência. Ter espírito infantil é, antes de tudo, deixar a intuição nos guiar, procurar sempre o lado belo da vida, não deixar as trevas nos dominar… é ser otimistas…. ver sempre o lado bom da vida, mesmo quando achamos que esse lado simplesmente não existe…
Se esses sentimentos permanecerem em nossos corações, com certeza a Deusa da Fortuna estará sempre ao nosso lado… mas no momento em que sairmos da Terra do Nunca, ela voltará para os recônditos do Olimpo, nos deixando entregues nas mãos do Medo e do Terror…
Trabalho como Agente de Organização Escolar (Secretaria de Educação do Estado de São Paulo) embora no momento esteja prestando serviço junto ao TRE, no Cartório Eleitoral como Auxiliar Requisitada. Gosto de escrever, tenho dois livros publicados, “Tirésias, a dualidade da alma humana”(autobiografia), pela Editora Verso e Prosa e “A volta do Justiceiro”, romance explorando o folclore brasileiro, publicado pela UICLAP. Publico crônicas diariamente em alguns grupos, meu perfil e meu blog… (taniamirandablog.blogspot .com)… sou casada, tenho quatro filhos e dois netos, sendo que minha neta mora comigo desde os três meses de idade…