Casa Terapêutica pela ABCP – Associação Beneficente & Comunitária do Povo virá polêmica na Chácara Santo Antônio.
Após a reportagem feita em primeira mão pela Alvarenga TV sobre a nova casa voltada a tratamento de dependentes químicos próximo ao Consulado Americano, moradores se reuniram com o objetivo de impedir que o local funcione.
É importante ressaltar que, entre suas principais reivindicações está o fato da região ser predominante residencial e ter diversos idosos e crianças. Os moradores só ficaram sabendo da existência do local para tratamento após lerem uma matéria da Alvarenga TV, ou seja, em nenhum momento houve uma reunião com os vizinhos para poder se conversado o que é e o porque o local foi escolhido.
Os moradores ressaltam que não são contra existir estes tipos de locais, mas, é necessário averiguar o entorno, uma vez que, existe o risco de outros dependentes químicos irem atrás de seus colegas e consequentemente aumentar a criminalidade na região.
Após diversas conversas em um grupo de WhatsApp, moradores escreveram uma carta pública em apelo as autoridades para poder impedir que a casa tenha o alvará de funcionamento. A seguir, segue nota na integra:
“Nós, moradores da Rua Despraiado e adjacências, no bairro Vila São Francisco, manifestamos nossa profunda preocupação e solicitamos formalmente que não seja concedido o alvará de funcionamento à casa localizada no número 90 desta rua, que está sendo preparada para operar como Casa Terapêutica pela ABCP – Associação Beneficente & Comunitária do Povo. O espaço está destinado ao acolhimento, residência, alimentação e tratamento psicológico, psiquiátrico e social de pessoas em situação de dependência química, conforme estudo já realizado que aponta um perfil semelhante ao daqueles que vivem na Cracolândia.
A Rua Despraiado é uma via predominantemente residencial, caracterizada por seu ambiente pacato e familiar, onde habitam principalmente idosos, crianças e pessoas de perfil tranquilo, que prezam pela segurança e tranquilidade da região. Ressaltamos que a natureza do projeto proposto é incompatível com a estrutura social e emocional dos moradores locais, que não possuem preparo para lidar com situações potencialmente desestabilizadoras.
Adicionalmente, a localização proposta é inadequada por estar distante de serviços essenciais, como postos de saúde, transporte público (ônibus e metrô) e escolas, elementos fundamentais para o processo de reintegração social dos dependentes químicos em tratamento. O acesso aos recursos necessários exigiria transporte particular ou deslocamentos a pé de longa distância, comprometendo o atendimento integral e eficaz dos assistidos.
Ressaltamos, ainda, que as características do público a ser atendido podem resultar em episódios de violência relacionados à abstinência, agravando a vulnerabilidade do entorno. Há também o risco de atração de indivíduos em busca de apoio, o que pode aumentar a circulação de pessoas com histórico de dependência na região, afetando a segurança local. A proximidade com a Escola Anne Sullivan, que atende crianças com necessidades especiais, torna essa situação ainda mais preocupante.
Diante do exposto, solicitamos que a Prefeitura considere a realocação do projeto para uma área mais adequada, que ofereça melhor acesso a serviços de saúde e transporte, além de minimizar os riscos para os moradores da Rua Despraiado. Entendemos a importância do trabalho desenvolvido pela ABCP, mas reforçamos que a escolha do local deve considerar o impacto na comunidade residente, visando preservar a paz e a segurança de todos.
Contamos com o apoio das autoridades para reavaliar esta decisão, garantindo que as ações em prol dos dependentes químicos sejam desenvolvidas em um ambiente propício, sem comprometer a integridade dos moradores locais.
Atenciosamente,
Moradores da Rua Despraiado e Adjacências”.