Social

Uma dor que se transformou em solidariedade.

Uma dor familiar inspira projeto social que acolhe pessoas com deficiência e autismo, em São Paulo.

Com a aproximação do dia dos pais, Francisco Sogari compartilha a história de superação e reforça a importância da família.

Em uma  tarde de domingo do ano de 2001, Francisco Sogarifoi foi com a filha Gabriele ao supermercado para comprar o lanche que ela levaria em seu primeiro dia de aula no ensino fundamental. Com apenas seis anos, ela esperava ansiosamente por esse dia. No caminho, uma pessoa em situação de rua pediu comida. Eles combinaram que na volta trariam um alimento. Gabriele pronunciou a frase: “Quem ajuda as pessoas é feliz”. E seguiram. No retorno, ao atravessar a rua, um motorista embriagado em alta velocidade cruzou o farol fechado e arrancou a pequena das mãos do pai. O alimento ficou no chão ao lado do corpo da criança. Uma cena que ficou marcada.

A vida precisava continuar.

Com a esposa e o filho João Filipe, então com seis anos, iniciaram uma longa jornada para transformar a dor em força e compaixão. Criaram um projeto social em memória de Gabriele. Adotaram como lema uma das últimas frases da Gabi “Quem ajuda as pessoas é feliz”.

Francisco dividia seu tempo entre a atividade jornalista e o Instituto. Na primeira hora da manhã cuidava do projeto social, o restante do dia trabalhava numa assessoria de imprensa e a noite lecionava como professor numa universidade. A rotina era muito intensa, mas encontrava tempo para a família, levava seu filho na Escola de Futebol e aos jogos do Internacional.

A jornada de quase duas décadas e meia

 Mais de 650 pessoas com deficiência e autismo foram atendidas em quase duas décadas e meia. Atualmente, a entidade atende 42 crianças e jovens com deficiência (PCD/TEA – Transtorno do Espectro Autista), por meio de atendimento multidisciplinar, projetos especiais e outras atividades. “São pessoas que não têm acesso aos serviços públicos ou que não podem pagar por atendimento em clínicas e espaços particulares”, revela o pai da Gabi, que ganhou muitos outros filhos nestes anos.

Até hoje, Francisco e Iracema dedicam mais de oito horas por dia à entidade, mantendo uma relação muito próxima com os atendidos, conhecem a história de cada um. O filho, João Filipe, cresceu, hoje advogado, atua como voluntário em diferentes projetos sociais, incluindo a casa que leva o nome de sua irmã. O comunicador reafirma a função social do jornalismo e Iracema aplica seu conhecimento teórico e prático da psicopedagogia para promoverem a inclusão.

Nesse Dia dos Pais, Francisco relembra um passado de dor e superação. Reafirma o valor da família e busca conscientizar os pais dos atendidos sobre o papel de cada uma como protagonista e corresponsável pelo processo de inclusão de seus filhos: “Todo apoio e envolvimento da família é importante no processo de evolução dessas crianças e jovens. Elas passam parte do dia conosco, mas é na família que eles vivem a maior parte do dia”.

O Gabi tem como missão a inclusão social de pessoas com PCD e TEA, busca a garantia de direitos como uma questão de justiça. Seus objetivos incluem: atender, orientar e encaminhar PCD/TEA; despertar as pessoas para a solidariedade; e manter viva a memória de Gabriele. Os valores fundamentais da entidade incluem a crença de que pessoas com deficiência e TEA são sujeitos de direitos e que a família é a base do processo de inclusão. Além disso, a instituição valoriza a conexão com a dimensão divina, reconhecendo o papel da espiritualidade na jornada dos pacientes.

Ao longo de sua trajetória, o Instituto Gabi promoveumelhorias significativas na qualidade de vida das famílias atendidas. Inclusive, muitos dos usuários conquistaram autonomia e ingressaram no ensino superior.

Entre os exemplos de sucesso, destaca-se Marcos Silva, um dos participantes do instituto que competirá nas Paraolimpíadas de Paris, como Guia de Atleta com deficiência visual, demonstrando que os limites podem ser superados com apoio e dedicação. Este sucesso não só simboliza o impacto positivo da instituição, mas também serve de inspiração para todos que buscam transformar desafios em conquistas.

• Oficinas socioemocionais: Atividades que incluem jogos pedagógicos e cooperativos, oficinas de pequenos designers, ritmo e percussão, e cuidados pessoais e preservação ambiental, além de um espaço para troca desentimentos e emoções.

• Inclusão escolar e mercado de trabalho: Acompanhamento escolar, consultoria jurídica para pais, e inserção no mercado de trabalho. 

• Consultoria para empresas e instituições nos temas dainclusão PCD/TEA, ESG e 3º Setor.

• Voluntariado: oportunidades para o modo presencial ou online, modalidade física e corporativa. 

• Gabi In Concert – Direito à Arte: Projeto em fase de implantação. Trata-se de uma escola de música voltada para PCD/TEA e busca recursos de empresas através da lei de incentivo.

Impacto e futuro 

Ao longo de sua trajetória, o Instituto Gabi promoveumelhorias significativas na qualidade de vida das famílias atendidas. Inclusive, muitos dos usuários conquistaram autonomia e ingressaram no ensino superior.

Entre os exemplos de sucesso, destaca-se Marcos Silva, um dos participantes do instituto que competirá nas Paraolimpíadas de Paris, como Guia de Atleta com deficiência visual, demonstrando que os limites podem ser superados com apoio e dedicação. Este sucesso não só simboliza o impacto positivo da instituição, mas também serve de inspiração para todos que buscam transformar desafios em conquistas.

Suellen Secio

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