Como uma rotina de trabalho exaustiva está prejudicando a saúde mental da pessoas.
No Brasil, a maioria dos empregos possuem escala 6×1 (trabalha seis dias e folga um). Mas, nos últimos tempos, e com as redes sociais sendo um veículo de massa onde muitas pessoas conseguem de forma rápida e eficaz se comunicar, a revolta e o cansaço de quem trabalha com essa escala trouxe debates importantes sobre a saúde mental das pessoas.
Quando falamos em cidade grande, o cansaço é ainda maior. Em média, cada paulistano leva cerca de uma hora para se locomover de casa ao trabalho, o que resulta em 12 horas semanais só para fazer o trajeto ida e volta.
A exaustão física se acumula com os serviços domésticos, que muitas vezes, acabam sendo realizados no dia de folga do trabalhador. Com o tempo, é comum que essa exaustão traga consequências físicas e mentais, como conta a psicóloga Marcella Scaglione:
“Quando se tem uma rotina muito exaustiva e com pouco tempo para si e para a sua família, o profissional pode se sentir mais sobrecarregado e culpado de não estar conseguindo dar conta de tudo, o que o deixa mais propenso para ter um adoecimento mental e físico também, pois o corpo sempre fala de uma forma ou de outra”.
Nos últimos tempos está sendo comum ver pessoas afastadas do trabalho com depressão, ansiedade e Síndrome de Burnout, o que leva ainda mais o tema em discussão. Na internet já está disponível e a cada dia ganhando mais assinaturas a petição que pede o fim desta escala.
Os números falam por si, o Brasil foi o segundo país com mais casos de burnout, segundo a pesquisa da International Stress Management Association (Isma-BR), realizada em 2021. Ainda de acordo com a organização, cerca de 30% dos trabalhadores no Brasil sofrem com a síndrome.
Com a ideia do fim desta escala, as pessoas terão dois dias de folga, usando a lógica, será possível em um dia fazer os afazeres domésticos e no outro usar pra lazer, família ou de repente fazer um curso.
“Caso essa escala deixasse de existir, as pessoas poderiam ter mais tempo para organizar uma rotina saudável, com mais tempo para família, cuidar da própria saúde física e mental assim como o tempo de lazer”, afirma a psicóloga, Marcella.
Para quem ficou na dúvida do Burnout (doença ocupacional decorrente do esgotamento físico, emocional e mental),tem como principais sintomas: Cansaço excessivo, físico e mental; dor de cabeça frequente; alterações no apetite; insônia; dificuldade de concentração; sentimentos de fracasso e insegurança; negatividade constante; sentimentos de derrota e desesperança; alterações repentinas de humor; isolamento; fadiga; pressão alta; dores musculares e alterações nos batimentos cardíacos.